segunda-feira, 2 de julho de 2012

Café forte, ok?

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Eu e meu amor do café. Nunca fui dessas garotas que leem livros românticos, que acham que uma simples troca de olhares pode levar alguém ao fundo do poço emocional, o amor. Amor era uma pedra no meu sapato, já havia sofrido antes e não pretendia sofrer outra vez. Mas as coisas começaram a ficar estranhas em maio, quando eu, Sofia, andava até o trabalho e então, parei na cafeteria de sempre, era um buraco em New York, por não ser tão conhecida, não havia muita gente. Era bom pra beber meu café ali, era quente, úmida e a balconista era simpática. Ao abrir o New Yorker para ler as notícias mais recentes, li a minha matéria, eu sempre me julgo bastante e tinha que ser assim, já que trabalhava cerca de 10 horas sentada, debruçada ao notebook esperando algo de bom sair dos meus pensamentos embaralhados. Eu era escritora, escrevia na coluna de crônicas para gente velha ler. Uma senhora lia minhas crônicas todos os dias e sempre que terminava de ler, ela me mandava um e-mail fazendo seus comentários, o nome dela era Alice, ela tinha 65 anos. Enfim, tomei mais alguns goles do café escaldante e forte, até que notei um homem alto me observando. Foi estranho de cara, eu não era o tipo de mulher bonita, que tinha cabelos loiros que brilhavam ao contato com a luz do Sol ou tinha um corpo espetacular, ninguém se apaixonaria por mim a primeira vista. Na verdade, eu estava usando um vestido longo preto e meu cabelo, ah meu cabelo estava preso da forma mais desleixada possível. O homem era branco cujo cabelo era negro, seus olhos eram claros, parecia saído de uma edição de alguma revista para adolescentes. Ele sorrio tímido e brincou com o açúcar posto na mesa dele e eu apenas tomava meu café, mas eu dava minhas olhadas discretas. E continuou assim por um tempo, nós temos nos olhado de longe. Faz uma semana e eu realmente não entendo o que aquele homem gostaria, mas quando souber, eu aviso a você.



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